A vida de Gween está uma bagunça: ela acaba de terminar um relacionamento, largar um emprego dos sonhos no qual havia acabado de receber uma promoção, e decidiu abandonar tudo para abrir uma cafeteria móvel. Para piorar, sua melhor amiga vai se casar e sair do apartamento onde moram juntas. Tentando lidar com tantas mudanças, Gween resolve baixar aplicativos de namoro. Depois de muitos encontros ruins, uma série de assassinatos começa a acontecer — e, para sua surpresa, todos estão ligados a ela, já que saiu com todas as vítimas.
Quando li a sinopse, a premissa me chamou muita atenção por trazer um suspense leve e, principalmente, por fazer uma crítica aos aplicativos de relacionamento. Gween acabou de sair de um relacionamento e, para preencher o vazio, mergulha nesses apps. Porém, vemos o quanto ela se torna obcecada: na despedida de solteira da amiga, por exemplo, ela não desgruda do celular em momento algum — o que me irritou um pouco, já que nem em uma ocasião tão especial ela conseguiu dar atenção.
O livro é curtinho, com cerca de 256 páginas, então dá para ler em poucas horas, dependendo do ritmo de cada um. Eu levei uns três dias por conta das eventualidades da vida.
Algumas cenas envolvendo as investigações me irritaram pela forma como Gween reagia a tudo. Tudo bem que ela estava sob pressão constante, mas será que precisava de tantas piadinhas? Senti que a autora exagerou no humor da protagonista, o que deixou algumas situações forçadas. Além disso, Gween se mostra bastante imatura e vive se intrometendo nas investigações, não deixando os policiais fazerem seu trabalho. Às vezes, ela era encontrada em cenas de crime e, mesmo avisada para não agir como suspeita, acabava fazendo algo que só piorava sua situação.
A autora tinha uma ótima premissa nas mãos: um enredo promissor e uma crítica interessante aos aplicativos de relacionamento. Mas, por causa da protagonista, a leitura acabou se tornando um pouco cansativa. Quando a história precisava se aprofundar, isso não acontecia. Ainda assim, confesso que fui surpreendida — foi plot atrás de plot, algo que eu realmente não esperava. Em certo momento, a narrativa começou a ficar um pouco arrastada e eu já queria que acabasse logo, então pulei para o final (como boa curiosa que sou). E, surpreendentemente, fui realmente pega de surpresa: nunca passaria pela minha cabeça quem estava por trás dos assassinatos, embora os motivos até façam sentido — eu também ficaria com ódio da Gween, sinceramente.
O que me incomodou um pouco foi o final ser bem corrido e não tão bem desenvolvido. Por os capítulos serem curtos, dava para ter explorado melhor os acontecimentos finais e entregar um desfecho mais consistente para a protagonista.
Li pelo BibliON, e confesso que estou achando livros muito bons por lá — títulos famosos e outros que eu nem conhecia, mas estou amando. Vou preparar uma postagem com algumas indicações. Ah, e caso você não saiba, já tem aqui no blog uma postagem sobre o aplicativo BibliON — é só acessar.
Se você está procurando uma leitura leve depois de livros mais pesados, eu recomendo. Nunca tinha lido nada dessa autora e, apesar das ressalvas, não foi uma experiência totalmente ruim. Talvez eu leia outros livros dela no futuro para conhecer melhor seu trabalho.
Título: Match Mortal
Autor: L. M. Chilton
Páginas: 356
Editora: Astral Cultural
Classificação: +18
Avaliação: ⭐ 3.0
Um suspense inteligente e sombriamente hilário sobre uma mulher tentando provar que não é uma serial killer — antes do casamento de sua melhor amiga.
Gwen Turner acabou com sua vida: terminou com o melhor namorado que já teve, largou um emprego lucrativo para abrir uma cafeteria móvel (que era mais um sonho do ex do que dela) e está prestes a morar sozinha enquanto a amiga vai se casar.
Regada a vinho barato e reality shows, ela baixa um aplicativo de relacionamento e mergulha em uma série de encontros desastrosos. Mas quando homens começam a ser assassinados na pequena cidade inglesa onde vive, Gwen descobre o fio que conecta todas as vítimas: todos saíram em encontros com ela.
Misturando humor ácido, tensão e crítica social, Match Mortal dá uma reviravolta sinistra no mundo dos apps de namoro.
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