
Um astro do rock ganhador do Grammy se apaixona por uma garota do interior no novo romance de Carrie Elks, autora da série As Irmãs Shakespeare.
Gray Hartson está voltando para casa. Depois de anos tocando em estádios lotados ao redor do mundo, o cantor tatuado está determinado a reconstruir laços com o pai doente e se reconectar com a família que deixou para trás.
Então ele a conhece… uma linda garçonete de língua afiada, que o faz rir mais do que nunca.
Só tem um problema. Ela é irmã da ex-namorada dele. E a única mulher que ele não pode ter.
Maddie Clark era uma adolescente estranha quando Gray foi embora. Agora ela trabalha em uma pequena lanchonete, e seu sonho de ser uma pianista famosa está esquecido.
Não pergunte a Maddie o motivo. Ela nunca vai contar. Mulheres fortes fazem o que for preciso para manter o próprio sustento.
Até que Gray entra pela porta da lanchonete e tudo se complica.
A atração entre eles é errada. Mas corações tolos nunca ouvem a razão.
Talvez ele devesse escrever uma música sobre isso.
★

★ Ficha técnica do livro:
Título: Me leva para casa
Autor (a): Carrie Elks
Editora : Verus
Páginas: 266
Avaliação: ⭐ 4.0
Esse foi meu primeiro contato com os livros da Carrie Elks. Já conhecia suas histórias por causa da série Irmãs Shakespeare, mas ainda não tinha lido nada dela. Agora me interessei em conhecer outras obras da autora.
Gray está voltando para casa porque seu pai adoeceu. Depois de anos tocando em estádios ao redor do mundo, ele está determinado a se reconectar com a família - principalmente com o pai, com quem não fala há dez anos.
De volta à cidade natal, ele conhece uma garçonete por quem acaba se encantando. O único problema? Ela é irmã de sua ex-namorada, o que complica bastante as coisas. Maddie era apenas uma adolescente de 13 anos quando Gray foi embora. E agora ele está de volta.
O livro é uma leitura rápida, com apenas 266 páginas. É fluido, mesmo sendo, na minha opinião, uma história um tanto genérica. Ainda assim, tem uma carga emocional que facilita a identificação com os personagens.
Precisamos falar sobre Gray (e depois Maddie):
Gray tem um relacionamento difícil com o pai. Ele perdeu a mãe muito cedo, e o pai teve que dar conta de cinco filhos sozinho. Sua tia Gina, então, abriu mão da própria vida para ajudar a criá-los. No entanto, o livro não explica qual foi a causa da morte da mãe - só há comentários superficiais aqui e ali, mas é claro que isso afetou profundamente a família, especialmente o pai, que parecia bastante perdido.
Ao conhecer essa parte da história, senti que, mesmo com todo o sofrimento, não havia justificativa para o pai ser tão duro com os filhos (especialmente com os homens). Essa rigidez afastava os filhos. Apesar disso, ele os amava - de uma forma completamente torta, mas amava.
Mesmo quando Gray se oferece para ajudar a consertar a casa, que precisava de manutenção, o pai continua orgulhoso e fechado. Mais para o final, a autora mostra que algumas atitudes dele não tinham a intenção que Gray imaginava. Na minha opinião, essa ideia de “ensinar a vida pela dureza” só prejudica os relacionamentos. A própria vida já mostra o quanto ela é difícil - e ter alguém constantemente esfregando isso na sua cara torna tudo ainda pior.
Outro ponto: não sei se Gray achou que tudo estaria igual quando voltasse, mas claramente se enganou. Relações precisam de tempo para serem reconstruídas, mesmo com pessoas que já conhecemos. O afastamento deixa marcas.
Precisamos falar sobre Maddie:
Maddie é uma personagem com um enredo interessante. Sempre se sentiu à sombra da irmã, Ashleigh - que era vista como a mais bonita, a mais popular, e namorava o cara mais cobiçado da cidade.
Não temos muitos detalhes sobre a infância e adolescência de Maddie, apenas a percepção geral da cidade de que ela era “esquisita”. Maddie é uma ótima pianista, mas um acontecimento a fez abandonar esse sonho - embora ainda trabalhe como professora de piano e garçonete.
Confesso que alguns aspectos da personagem não me agradaram muito. A irmã, então, foi especialmente incômoda: estava o tempo todo perguntando se Gray havia falado dela, tentando se reafirmar como “melhor” apenas por ter se casado com um homem rico e ter filhos.
Enquanto isso, toda a responsabilidade de cuidar da mãe recai sobre Maddie. A forma como Ashleigh diminui a irmã me incomodou profundamente. Por causa do acontecimento que a fez largar a faculdade - e só porque Ashleigh “a ajudou” naquele momento -, Maddie sente que lhe deve algo. Quase abriu mão da própria felicidade por causa disso. Depois descobrimos que tudo foi mais uma questão de ego da irmã.
Um ponto da sinopse diz: “Então ele a conhece… uma linda garçonete de língua afiada”. Mas não é bem assim. Maddie, na verdade, deixa que as pessoas pisem nela. Quase nunca se defende, mesmo quando as fofocas sobre ela se espalham pela cidade.
O livro informa que ela tem 25 anos, mas sinceramente, isso não parece. Suas atitudes muitas vezes não condizem com a idade, o que foi um ponto negativo para mim.
Sobre o segredo que Maddie carrega:
É um acontecimento pesado. E, ao ler outras resenhas sobre esse livro, percebi que alguns leitores minimizaram isso, dizendo que “não era tão grave assim”. Mas mesmo sendo ficção, é uma situação mais comum do que imaginamos.
O trauma mostra o quanto Maddie se sentiu violada, desprotegida e envergonhada. Ela chegou ao ponto de abrir mão do próprio sonho por medo - medo da exposição, do julgamento. E isso refletiu em várias de suas decisões, inclusive no relacionamento com Gray. Acredito que a autora poderia ter abordado essa questão de forma mais profunda e convincente.
Sobre o final e impressões gerais:
Gostei bastante da leitura, mas gostaria que a autora tivesse mostrado como ficou, de fato, o relacionamento entre Gray e o pai. Faltou esse fechamento.
Fiquei com a impressão de que pode haver um segundo livro, talvez sobre Tanner, irmão de Gray. Espero que sim - gostei bastante da pouca aparição dele.
De modo geral, é uma história que divide opiniões. Muitos leitores gostaram, outros nem tanto. Eu curti, mas, claro, há pontos que me incomodaram. E está tudo bem. Faz parte da experiência.
Me conta nos comentários: você já leu essa história? O que achou?